Homenagens ao Rio de Janeiro em ritmo de samba-enredo

Desde que as escolas de samba passaram a desfilar com enredo, o Rio de Janeiro sempre foi um tema recorrente. Ao longo da história do carnaval, foram muitos sambas dedicados à Cidade Maravilhosa, seus personagens e cotidiano. No mês em que o Rio celebra o aniversário de fundação, vale relembrar alguns sambas que foram felizes em retratar aspectos desta cidade que é uma fonte de inspiração, por mais que tentem judiar dela.

 Portela 1960 – Rio, Capital Eterna do Samba

No ano em que o Rio de Janeiro deixava de ser capital federal, a Portela fez um cântico de orgulho à importância da cidade e foi uma das campeãs do ano.

Mangueira 1961 – Recordações do Rio Antigo

Ainda no clima de nostalgia pela mudança da capital, a Mangueira faz outro belo hino lembrando os primeiros anos da cidade colonial.

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Império Serrano 1965 – Os Cinco Bailes da História do Rio

No Quarto Centenário da cidade, o Império colocou o grande Silas de Oliveira, Bacalhau e, pela primeira vez, uma mulher para compor seu samba-enredo: Ivone Lara. Conta os marcos históricos da história do Brasil que se passaram no Rio até o início da República.

União da Ilha 1977 – Domingo

O samba-enredo descrevia como os cariocas aproveitam o domingo em seu desfile, uma pequena revolução dentro da temática das escolas, até então mais focadas em personagens e fatos históricos e pouco no cotidiano. Muitos dizem que se esse desfile tivesse vencido, os rumos do carnaval seriam diferentes. Apesar de favorita, acabou no 3º lugar. O registro é do desfile oficial.

Salgueiro 1981 – Rio de Janeiro

O carnaval daquele ano foi bem no final de fevereiro. O Salgueiro desfilou homenageando o aniversário de fundação do Rio de Janeiro com um samba gostoso. “Só você, enche minh’alma de alegria e prazer, quero te abraçar e desejar muitos anos de existência”…  Reprodução de trecho do desfile oficial:

Em Cima da Hora 1984 – 33, Destino Dom Pedro II

No ano da inauguração do Sambódromo, um dos sambas que retratou o Rio de Janeiro e fez sucesso foi da pequena Em Cima da Hora que narra uma viagem no trem de subúrbio rumo a estação D. Pedro II, do ramal da Leopoldina.

Império da Tijuca 1986 – Tijuca, cantos, recantos e encantos

Este samba fala da história e lugares da Tijuca, um dos bairros mais importantes da zona norte da cidade.

Tradição 1989 – Rio, samba, amor e tradição

A escola dissidente da Portela, vivia sua época de ouro no Grupo Especial. Neste ano, o saudoso João Nogueira, compôs o samba falando sobre as belezas do Rio de forma poética.

Unidos da Tijuca 1992 – Guanabaran, o Seio do Mar

Às vésperas da Eco 92, a conferência sobre meio-ambiente, a Tijuca trouxe um samba que fez muito sucesso contando a história da Baía da Guanabara e, obviamente, fazendo um apelo por sua conservação e despoluição.

Caprichosos de Pilares 1993 – Não Existe Pecado do Lado de Lá do Túnel Rebouças

No seu melhor estilo de crônica do cotidiano, a Caprichosos fez neste samba uma ode ao Rio que não aparece nos folders de turismo, mas que tem seus hábitos e atrativos: o subúrbio.

Salgueiro 1994- Rio de Lá Pra Cá

A escola da Tijuca voltou a falar do Rio, contando a história e exaltando suas belezas, para celebrar a comoção que tomou conta da cidade no ano anterior quando a escola fora campeã com o refrão mais conhecido dos últimos tempos: “Explode coração, na maior felicidade…”

Unidos da Tijuca 1997 – Viagem Pitoresca Pelos Cinco Continentes Num Jardim

A Tijuca fez a volta ao mundo em homenagem ao Jardim Botânico, contando a história de sua criação, as espécies exóticas e a paixão de Tom Jobim pelo lugar.

Rocinha 2000 – O Sonho da França Antártica de Villegagnon

A escola contou a história do verdadeiro início do Rio de Janeiro, a colonização da Guanabara pela esquadra do cavaleiro cruzado francês Nicolas Durán Villegagnon. Durante cinco anos o Rio, que ainda não existia de fato, abrigou a França Antártica, serem expulsos pelos portugueses.

Salgueiro 2011 – O Rio no Cinema

A vermelho e branco escolheu falar do Rio sob um prisma diferente e divertido: a cidade como cenário do cinema brasileiro e internacional e colocou o King-Kong no relógio do prédio da Central do Brasil.

Portela 2013, 2014 e 2015

A Portela sempre foi uma das escolas que mais retratou a cidade e fez uma sequência de enredos sobre o Rio: em 2013, exaltou Madureira, terra de onde veio, contando a história do bairro e sua importância para o subúrbio carioca; no ano seguinte, já sob administração da nova diretoria, veio com um belíssimo enredo sobre o cais do Valongo, descoberto durante as obras de reforma do Porto Maravilha. A história do primeiro porto de desembarque de escravos do Rio está ligada às raízes do samba e foram contadas em uma das melhores apresentações do ano. Em 2015, a Portela escolheu comemorar os 460 anos da cidade. A partir do mote de que a beleza do Rio é surreal, a escola propôs apresentá-lo pelas lentes do surrealismo de Salvador Dalí. O desfile rendeu a imagem daquele carnaval: a Águia em forma de Cristo Redentor.

2013 – Madureira Onde meu Coracao se Deixou Levar…

2014 – Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião

2015 – Imaginario, 450 janeiros de uma cidade surreal

No último carnaval, duas escolas falaram de ícones da cultura do Rio. A São Clemente comemorando os 100 anos da Escola Nacional de Belas Artes e a Imperatriz, os 200 anos do Museu Nacional, instalado na Quinta da Boa Vista, um dos cartões postais da cidade.

São Clemente 2018 – Academicamente Popular

Imperatriz 2018 – Uma Noite Real no Museu Nacional

 

16 de mar de 2018

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