Viradouro aposta nos gênios e na loucura para o Carnaval 2018

Depois de fazer uma das mais vibrantes e competentes apresentações do Desfile da Série A no Carnaval de 2017, a Viradouro está se armando para fazer uma disputa de titãs contra a Unidos de Padre Miguel e a Estácio de Sá as duas adversárias diretas numa disputa por vaga para o Especial. Escolheu um enredaço para 2018: “Vira a cabeça, pira o coração. Loucos gênios da Criação”.

Relembre o desfile da Viradouro sobre a infância no Carnaval de 2017:

A vermelho e branco de Niterói foi buscar de volta o carnavalesco Edson Pereira, responsável pelo estonteante desfile da Unidos de Padre Miguel em 2017 e ele entregou uma sinopse promissora. O enredo parte do princípio que todos temos um pouco de loucura e é a partir dela que o homem produz coisas belas.  O desfile investirá em contar as glórias e invenções de uns “Vinci a Trinta loucos” (repare no trocadilho muito feliz que consta da sinopse).

A viagem da Viradouro começa pelos gênios da Erudição, pessoas de cuja sanidade se duvidou mas que nos ajudaram a desvendar o mundo e a beleza. Cabem nesta citação Galileu, Newton, Einstein e os doidivanas da música Mozart e Beethoven com suas melodias e sinfonias eternas.

Depois a escola enfoca as invenções e engenhoccas, como a comunicação por Graham Bell, a luz elétrica por Thomas Edison, as criações de Da Vinci e, como não podia deixar de ser, o nosso inventor mais caro, Santos Dummont com seu 14 Bis. A invenção pelo homem de uma máquina para voar que parecesse os pássaros foi prevista pelo escritor Júlio Verne e esta é a oportunidade que a escola aproveita para enveredar pelo reino da ficção.

A loucura na arte é representada por romances célebres e personagens como Frankstein, O Chapeleiro Louco, Hamlet, Dom Quixote e o Alienista de Machado de Assis, que faz a ponte com personagens da vida real dados como loucos e que tinham obras algo carnavalescas, como Bispo do Rosário e o profeta Gentileza.

Este quarto e último setor é, na verdade, dedicado ao Carnaval e ao louco amor pela Viradouro expressado por seus torcedores na forma do Pierrot e a Colombina, que todos os anos admiram o trabalho feito pelos criadores “loucos” de ilusões, os carnavalescos.

Como não poderia deixar de ser, a figura-símbolo deste setor é Joãosinho Trinta, o carnavalesco que começou no Salgueiro, deu projeção gigantesca à Beija-Flor e depois foi para a Viradouro. Sob seu comando a escola de Niterói arrebatou a Sapucaí com o desfile sobre a criação do mundo e sagrou-se campeã em 1997.

Relembre o grande desfile campeão da Viradouro em 1997 com a famosa paradinha “funk” da bateria:

O encerramento traz Carlitos, o genial personagem-louco criado por Charles Chaplin para o cinema representando o limite entre loucura e sanidade. Pensar fora do ordinário é importante para soltar a criatividade, sem nunca perder o elo com o real. “Deixemos a loucura nos fazer pensar diferente, fora do lugar comum e que nos ajude a desvendar o mundo para o mundo, com humor e leveza”.

Como se viu não faltam oportunidades para grandes fantasias e alegorias com um tema tão amplo. Vamos esperar pra ver se os compositores conseguem traduzir bem a sinopse e produzem um samba que torne estas transições e reflexões fluidas e carnavalescas.

Vale lembrar que em 1997 quando a Viradouro faturava seu título no Especial a Porto da Pedra conseguiu sua melhor colocação até hoje, chegando em quinto, com um desfile também sobre a loucura.

04 de maio de 2017

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