Tijuca, Portela e Mangueira fazem tira-teima de 2016
O Pavão e a Águia terminaram a apuração de 2016 a 1 décimo da Velha Manga campeã. A verde e rosa levou o título, mas quem recebeu “é campeã” da Sapucaí foi a Portela. Quis o sorteio de 2017 que as três escolas se apresentassem em sequência, com a campeã por último. Vai ser um confronto muito interessante.
Vamos ver o que as últimas seis grandes escolas prepararam para seus desfiles:
1) União da Ilha
A tricolor abre a segunda noite contando uma lenda angolana: “Nzara Ndembo – glória ao Senhor Tempo” do carnavalesco Severo Luzardo. Trata sobre um rei que recebeu a missão de dar sentido à vida, à criação, tornando-se o deus de todas as crenças e religiões. A posição de desfile é ótima, pega o público mais animado, o que deve potencializar o bom samba da escola. Precisa ver como esse enredo poético e simbólico será representado.
2) São Clemente
A nova criação de Rosa Magalhães tem nome estranho: “Onisuáquiamalipanse”, grafia fonética de uma expressão francesa que poderia ser traduzida commo “envergonhe-se quem pensar mal disso. Conta a história do Rei Sol, Luís XIV, que descobriu um superfaturamento de seu ministro das Finanças e o incidente o impeliu a construir um novo palácio: em Versalhes. Qualquer semelhança com a história do Brasil não terá sido mera coincidência. Esperando ver como a escola se adapta ao novo estilo de samba que escolheu.
3) Mocidade
A verde e branco de Padre Miguel está ávida por reencontrar os caminhos de glória perdidos nos últimos anos e aposta no samba-enredo para animar o público com o enredo sobre o Marrocos que recorre às histórias árabes como Aladim, As Mil e Uma Noites para gerar identificação com o público. A assinatura é de Alexandre Louzada.
4) Unidos da Tijuca
A azul e ouro do Borel vai contar a história da música norte-americana negra a partir de um fictício encontro entre Pixinguinha e Louis Armstrong. Promete um desfile bastante pop, com muitos personagens conhecidos como Beyoncé e Micheal Jackson. O ensaio técnico mostrou que a escola está, aliás como vem sendo nos últimos anos, muito bem arrumada. Seu ponto fraco é o samba-enredo, que não empolga.
5) Portela
A Águia, segundo os jurados, perdeu o título de 2016 porque a água jogada na pista pela Comissão de Frente teria atrapalhado a evolução do casal de Mestre Sala e Porta Bandeira. Pois bem, Paulo Barros resolveu fazer da água (dos rios) o tema de sua nova criação. Mas o enredo não é só uma viagem pelos rios do mundo. Faz uma associação com o próprio desfile das escolas e chama a azul e branca de um curso de água: “Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar Ao Ver Esse Rio Passar”. O samba é uma metáfora muito inteligente, mas que nem todo mundo entende, o que rendeu críticas à escola. O ensaio técnico mostrou uma escola mordida, com sede de campeonato, pronta para gabaritar em tudo.
6) Mangueira
Depois da vitória em 2016, a Mangueira resolveu falar da religiosidade do brasileiro e seus sincretismos e crenças. “Só com a Ajuda do Santo” é uma concepção e realização do festejado Leandro Vieira e aposta também na força de sua evolução para faturar o bicampeonato e provar que a boa fase da escola chegou pra ficar. Se depender do clima do ensaio técnico, o bi não é um devaneio.
Ouça todos os sambas na versão do ensaio técnico na Rádio Arquibancada.
http://www.radioarquibancada.com.br/site/podcast-2/transmissoes-ao-vivo/
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