Segundo dia da Série A tem três candidatas ao título
A segunda noite do desfile das escolas de samba da Série A, o principal grupo de acesso do Rio, promete ser mais curto. Isso porque, nesse sábado, desfilam seis e não sete escolas.
Batata dá samba? Quem responde é a primeira da noite, a Unidos de Bangu, com seu enredo Do Ventre da Terra, Raízes para o Mundo. Ele conta a história das raízes que alimentam e até hoje estão presentes à mesa de nossa gente. Passagens bíblicas e as colheitas nos Andes estão entre os os temas abordados. A escola lembra também nossa vocação para celeiro do mundo. Bangu tem samba interessante e deve vir melhor que ano passado.
Em seguida, vem a Renascer de Jacarepaguá, outra das escolas que teve dificuldades com o barracão. A opção do enredo denota a intenção de fazer um carnaval dentro das condições atuais. O enredo Dois de Fevereiro no Rio Vermelho aborda os festejos para Iemanjá nesse bairro de Salvador. Os carnavalescos Alexandre Rangel e Raphael Torres apostam nas fantasias leves e na força dos componentes para obter boa colocação.
Outro favorito
A Estácio de Sá sempre estará entre as fortes candidatas dentro da Série A. Tem uma comunidade muito aguerrida, acostumada a grandes desfiles. Esse ano, o carnavalesco Tarcísio Zanon conta histórias do povo panamenho. A poética sinopse escrita pelo jornalista Daniel Targueta reconta o culto ao Cristo Negro em forma de oração e faz uma bonita conexão com a cultura brasileira. O samba chegou a ter uma gravação em espanhol. Forte concorrente ao campeonato.
Estácio de Sá conta a história do Cristo Negro no Carnaval 2019
Se a Estácio canta o Panamá a religiosidade, a Porto da Pedra usa a homenagem ao ator Antônio Pitanga para ressaltar o respeito e criticar o preconceito racial. Antônio Pitanga, um Negro em Movimento ressalta a atuação artística e sua militânca contra o racismo. O enredo é assinado por Jaime Cezário e a escola tem um bom barracão, apesar dos atrasos no início do ano por conta da crise dos barracões que assolou as escolas do Grupo A.
Depois da Porto da Pedra, veremos um Império da Tijuca que viveu um pré-carnaval discreto. Império do Café, o Vale da Esperança preenche a cota CEP da Série A, daqueles enredos que homenageiam cidades, estados ou países de uma forma mais tradicional, da qual fugiu a Estácio pra falar do Panamá.
A autoria é de Jorge Caribé que afirmou não ter sofrido grandes restrições orçamentárias, porque recebeu diversas formas de apoio das prefeituras da região. O samba exalta a região do estado do Rio conhecida como Vale do Café que chegou a ser responsável por 75% do café produzido no mundo. O enredo faz a carnavalização dos homenageados a partir do fato de que o Morro da Formiga, sede da escola, já foi um cafezal.
Chave de Ouro
Para encerrar a festa da Série A, o sorteio da ordem de desfile nos reservou uma das escolas mais interessantes deste ano, o Acadêmicos do Cubango. A dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora criou o enredo Igbá Cubango – A Alma das Coisas e a Arte dos Milagres. Trata-se de um recorte sobre a relação das pessoas com seus objetos de devoção.
Acadêmicos do Cubango define seu tema para o Carnaval 2019
Assim como Sossego e Viradouro, a Cubango contou com ajuda da Prefeitura de Niterói e portanto teve menos aperto para realizar seu projeto de carnaval. Com a parte plástica bem desenvolvida, a garra dos 2 mil componentes e um samba gostoso com um refrão contagiante, a verde e branco nunca esteve tão bem posicionada para tentar beliscar o inédito título de campeã da Série A, seguindo o caminho de sua conterrânea Viradouro rumo à elite.
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