Ordem de desfile dá a largada oficial para a competição do Carnaval 2018
Nem todo mundo percebe, mas o Carnaval para as escolas de samba começa com a pesquisa para a escolha do enredo. Já a competição entre se inicia oficialmente com o sorteio da ordem de desfile. Para 2018, ele aconteceu na Carnavalia Sambacon, feira de negócios do setor. E o resultado traz algumas curiosidades.
As escolas que caem na segunda normalmente festejam muito porque desde que o desfile ocorre em dois dias com uma só competição, 1985, só 6 vezes o campeão saiu do domingo, sendo que a última foi em 2010. Mas é bom lembrar que Mangueira e Mocidade já conseguiram a façanha, a última por duas vezes.
Beija-Flor e Salgueiro estão rindo à toa por terem caído na segunda. Os dois títulos que o Salgueiro obteve na era Sapucaí foram desfilando neste dia. E, não fosse pelo campeonato de 1983, quando o desfile ainda era num dia só, a Beija-Flor também só tem sorte na segunda parte do Grupo Especial. Melhor ainda, das oito vezes em que a última escola a desfilar na segunda venceu, metade delas a beneficiada foi a azul e branco de Nilópolis. Essa posição tem sido um trunfo nesta década – venceu quem desfilou nela em 2011, 2013, 2014 e 2016.
Números à parte, teremos um domingo com a reestreia de Paulo Barros na Vila, e as estreias de Fábio Ricardo no Império, Jorge Silveira na São Clemente e de Renato Lage na Grande Rio. A São Clemente, aliás, foi a mais prejudicada no sorteio. A Tuiuti, última colocada em 2017 – injustamente, diga-se de passagem – deveria ser a sétima, mas trocou com a Mocidade. Os jurados costumam ser bem sovinas com as escolas que desfilam na posição 2 de domingo e a escola de Botafogo tem reclamado com razão de receber notas baixas por ter menos “nome”que outras concorrentes.
Do ponto de vista do regulamento, a novidade é extinção da famigerada cabine dupla no setor 6 que tirou o título da Unidos de Padre Miguel na Série A e murchou o desfile da Mangueira. A cabine volta pro setor 8. Mas como o tempo de desfile continuará de 75 minutos, podemos ter problemas com a cronometragem, uma preocupação a mais para as escolas. Também haverá mudanças para evitar erros como os que causaram a confusão que deu na divisão do título com a Mocidade, que só entrou com recurso em abril. (linkar com a coluna do Mestre que falou do recurso da escola)
A Liga assinou nesta semana o contrato para o Carnaval 2018 com a Prefeitura. O repasse oficial ficou mesmo em R$ 1 milhão para cada escola do Grupo Especial. Só que a Riotur se comprometeu a buscar junto a iniciativa privada mais recursos. Se tudo der certo, renderá mais R$ 500 mil por escola. Deve ser um carnaval de economias.
Os ensaios técnicos, que são o momento de maior contato entre os torcedores e suas escolas, ainda dependem de recursos. A entidade recebeu autorização para captar recursos pela Lei Rouanet – em torno de R$ 4 milhões. Sem este dinheiro, diz Jorge Castanheira, não tem como bancar os custos dos ensaios técnicos.
A sensação é de que os dirigentes das escolas se contentaram com pouco. A Prefeitura ainda fala de mudanças no som e de obras de melhoria no Sambódromo, como iluminação e reforma nos banheiros. Resta saber se é só conversa fiada.
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