Cubango, Estácio e Imperinho se destacam no sábado
Apesar das previsões, a chuva praticamente não apareceu durante a segunda metade do desfile da Série A do Carnaval 2019. Isso proporcionou desfiles menos acidentados, de uma maneira geral. Ninguém estourou o tempo e pelo menos três das quatro escolas entraram na briga pelo título.
Porte de campeã
Últimas das 13 escolas a desfilar na Série A, a Cubango fez um desfile com pinta de campeão, merecendo inclusive o tradicional “já ganhou” das arquibancadas no final da avenida e um arrasta-povo. O enredo sobre os objetos de devoção foi magistralmente desenvolvido pela dupla Leonardo Bora e Gabriel Haddad. Apesar da explicação abstrata, as fantasias eram de ótimo gosto e fácil leitura, como a das fitas de senhor do bonfim. O carro dos ex-votos também chamou atenção pelo bom gosto.
O samba funcionou muito bem, apimentando a apresentação da escola, que foi muito bem sustentada pela bateria. Um desfile que vai deixar saudades, já que a vencedora da Série A não participa do Sábado das Campeãs.
Meu Panamá querido
Outra escola que mereceu “já ganhou” do público foi a Estácio de Sá. Terceira a desfilar neste sábado, a vermelho e branca trouxe como enredo um recorte sobre a história do Panamá, enfocando a devoção à estátua de um Cristo Negro. Foi a primeira escola imponente a entrar neste ano na Série A. As águas vivas no alto do abre-alas deram um colorido e um movimento especial ao carro que tinha pinturas feitas à mão, num capricho só. O samba melodioso funcionou, mesmo com o andamento pra frente da bateria Medalha de Ouro. A escola desfilou para o maior público visto nos dois dias de desfile, o que conta a seu favor. A comissão de frente, que trazia a Paixão de Cristo com um ator negro, arrancou muitos aplausos. Nas frisas havia cidadãos panamenhos com bandeira e tudo que vibraram e se emocionaram com a apresentação do Leão.
A terceira escola que se apresentou muito bem foi a Império da Tijuca, com seu enredo sobre o Vale do Café. A opção por ressaltar a contribuição do negro para a riqueza da cultura cafeeira mostrou-se acertada. As alegorias e fantasias estavam luxuosas e bastante simples de identificar de acordo com o enredo. O samba também cresceu na avenida e foi defendido com afinco pelos componentes, o que facilitou a harmonia e a evolução. No final houve uma certa corrida, mas nada que possa impedir o Imperinho de brigar pelas primeiras posições.
Samba arrastado
Antônio Pitanga e sua filha Camila foram as grandes atrações do desfile da Porto da Pedra, quarta a desfilar. Camila chegou a ter problemas no seu carro, mas conseguiu entrar na avenida e mostrou empolgação durante a homenagem feita à carreira de seu pai. O nível de alegorias e fantasias do Tigre de São Gonçalo foi um pouco abaixo das outras três, indo por um caminho um tanto convencional. O ponto mais fraco da escola, no entanto, foi o samba, que se arrastou e foi pouco cantado pela escola, apesar da boa performance da bateria.
Sem pretensões a título, a Renascer de Jacarepaguá fez um desfile quente com seu enredo sobre a festa de 2 de Fevereiro em Salvador, dedicada a Iemanjá. Os refrões do samba foram bastante cantados e a bateria teve exibição acima da média. Quem destoou um pouco nesta noite foi a Unidos de Bangu com seu enredo sobre a batata, que não empolgou a escola e o público. Mesmo sem chuva, as alegorias tinham problemas. O segundo carro estava sem destaques no topo e o último tinha uma estátua com dois dedos faltando. Apesar de ter passado mais forte que no ano passado de maneira geral, deve apenas brigar para ficar na Série A.
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