Viradouro e Estácio são grandes atrações desta sexta

Chegou o carnaval, vou me abraçar com a cidade. Eu quero saber só da folia, nesta festa que irradia, sonhos mil felicidades… Este trecho do samba da Portela de 1979 descreve bem o estado de espírito dos foliões e de toda uma legião de pessoas que trabalha de janeiro a janeiro para tornar os próximos cinco dias inesquecíveis. E a festa começa pela Série A, que assim como o Grupo Especial, tem vários enredos divertidos e alguns sambas muito interessantes. Hoje teremos:

• Acadêmicos do Sossego

A escola de Niterói volta à Sapucaí com uma belíssima homenagem à atriz e cantora Zezé Mota, também uma importante ativista do movimento negro, que participou de filmes históricos do cinema nacional como Chica da Silva. O samba tem um recurso narrativo muito interessante: a letra é um diálogo entre a escola e a homenageada e que produziu um dos versos mais comentados do Carnaval no Rio: “Sossego mandou me chamar, eu vou!”. Vinda da Série B, a escola não terá vida fácil para permanecer no grupo.

• Alegria da Zona Sul

A escola de Copacabana também presta homenagem a uma personagem da música: a sambista Beth Carvalho, madrinha de grandes cantores como Zeca Pagodinho, grupos como o Fundo de Quintal, e divulgadora da obra de grandes compositores das escolas de samba. O ensaio da escola foi bom e a comunidade para estar feliz com seu samba.

• Unidos do Viradouro

Uma das principais concorrentes ao acesso, a vermelho e branco de Niterói quer voltar para o Especial. Aposta no universo infantil com o enredo “Todo Menino é Um Rei”, inspirada numa canção famosa do sambista Roberto Ribeiro. O samba não era dos mais festejados no pré-carnaval, mas rendeu muito bem no ensaio técnico. A escola vem com vontade.

• Império da Tijuca

O ano de 2017 tem uma vertente de sambas religiosos. E o primeiro deles passará com a verde e branco do Morro da Formiga. “O Último dos Profetas” conta a história de São João Batista. Disputa uma posição intermediária.

• União do Parque Curicica

Em tempos de irritação e discórdia, a escola vem com uma proposta zen. “O importante é ser feliz e mais nada”. O enredo vai fazer um passeio pela nostalgia, revirando o baú de lembranças dos anos 80. Jogos, brincadeiras, programas de TV, músicas. O samba foi uma junção de composições e parece não ter sido muito bem aceita pela escola.

• Estácio de Sá

Outra grande concorrente da Série A. A vermelho e branca foi injustamente rebaixada do Grupo Especial em 2016 e escolheu um enredo ultra popular para esse ano. Homenageia o cantor e compositor Gonzaguinha e a própria escola: “É, o Moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com o Estácio”. O samba faz uma colagem bem costurada da obra de Gonzaguinha e tem uma melodia pra frente. Outro momento imperdível do desfile.

• Santa Cruz

Encerrando a noite de sexta, a verde e branco da Zona Oeste também recorre ao mundo infantil em busca de um mundo menos conturbado no enredo “Vou levar somente o que couber no bolso e no coração… Uma viagem de sabedoria além da imaginação”. A proposta é interessante, mas o samba ainda não pegou. É ver como a comunidade da escola reage na hora do desfile.

Ouça todos os sambas na versão do ensaio técnico na Rádio Arquibancada.