Conheça um pouco mais da história de Vila Isabel e Paraíso do Tuiuti

A história da Vila Isabel começou com um bloco, Vermelho e Branco, que se dissolveu e virou um time de futebol., que adotou as cores azul e branca. Em 4 de abril de 1946, Antônio Fernandes da Silveira, o China, fundava a escola Unidos de Vila Isabel, que estreiou na Praça Onze cantando o enredo De Escrava a Rainha.

 Em 1965, um jovem de outra agremiação chamada Aprendizes da Boca do Mato, recebe o convite para integrar a ala de compositores da escola. Martinho José Ferreira, tornaria-se a partir de então Martinho da Vila. Ele compôs melodias mais suaves e emplacou quatro sambas seguidos na escola, dois deles famosos até hoje em qualquer antologia do gênero, Quatro Séculos de Modas e Costumes e Yaiá do Cais Dourado.

 Escute os dois sambas citados acima:

Yayá:

Quatro Séculos…:

 

A escola bateu na trave em 1980, quando Sonho de Um Sonho mereceu o vice-campeonato junto com Mocidade e Ilha. A consagração viria em 1988, com o enredo Kizomba, no ano dos 100 anos da Abolição dos Escravos. A azul e branco ainda venceria o desfile do grupo Especial duas vezes: em 2006, com um enredo sobre a América Latina, patrocinado pela Venezuela, e em 2013, numa solução muito inteligente de Rosa Magalhães e com outro ótimo samba de Martinho sobre a vida no campo para mascarar o patrocinador – um fabricante de agrotóxico.

Veja um trecho do desfile campeão de 2013, A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo:

A outra aniversariante da semana é a Paraíso do Tuiuti que festejou seu aniversário no dia 5 de abril. Apesar de só ter aparecido mais para o grande público no início da década passada, é uma senhora de 65 anos. Até os anos 1980, teve participação discreta nos desfiles e depois não parou de crescer. Convidada a participar do grupo de Acesso A em 2000 apresentou o belo enredo “Um Monarca na Fuzarca”, sobre D. Pedro I e abocanhou o vice-campeonato, atingindo o grupo Especial – resultado considerado uma zebra na época.

Ouça Um Monarca na Fuzarca: 

Ainda voltaria a desfilar no Especial outra vez até que no ano passado bateu as favoritas Unidos de Padre Miguel e Império Serrano e subiu de novo pra elite. O desfile de 2017 em homenagem aos 50 anos da Tropicália foi plasticamente lindo, mas marcado pelo acidente com o último carro alegórico que deixou feridos por falha em um dos eixos de manobra. A escola voltaria à Série A, mas como não houve rebaixamento, terá nova chance de tentar ficar no Especial. É a primeira vez que o Tuiuti fica dois anos seguidos entre as grandes.

Vale destacar duas curiosidades. Assinaram carnavais nesta escola dois grandes nomes dos desfiles. Nos anos 1980, Maria Augusta, responsável pelos maiores desfiles da União da Ilha, Domingo (1977) e O Amanhã (1978). Em 2003, a escola fez uma homenagem ao pintor Cândido Portinari, criado por ninguém menos que Paulo Barros. A Coroa no Abre-Alas feita com latas de tinta e o carro dos Espantalhos (primeira incursão do carnavalesco nas alegorias humanas) fizeram muito sucesso. O 3º lugar e a repercussão foi tão grande que Barros recebeu o convite para fazer o carnaval da Unidos da Tijuca em 2004.

Assista um trecho do desfile da Tuiuti em 2003, assinado por Paulo Barros (a partir de 8’30”).

 

 

07 de abr de 2017

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